sábado, 8 de outubro de 2011

Vencer (ou perder) sem convencer: A especialidade do Brasil de Mano Menezes

De Fortaleza.

Jogadores da seleção brasileira comemoram após Neymar abrir placar contra Costa Rica
(FOTO: Mowa Press/Divulgação)

A Seleção Brasileira venceu a seleção da Costa Rica por 1 a 0. Placar magro? Não, magro não. Anoréxico, se considerarmos que a média de gols nesse confronto antes, era de 4.85 gols por partida. Bulímico, se considerarmos que tal seleção foi a única que os hermanos conseguiram vencer mesmo com o futebol sem brilho durante a Copa América, por 3 a 0, dando esperança aos argentinos (vã, deve-se dizer, pois todos sabem o desfecho da insossa Copa América de 2011...). Raquítico, se considerarmos que a Costa Rica já era freguesa tradicional da canarinho, já que em 8 confrontos, temos 7 amplas vitórias brasileiras e um placar geral de Brasil 30 x 9 Costa Rica.


Pois é. O Brasil fez uma partida tão fraca, que decepcionou até os torcedores costa-riquenhos, que esperavam show canarinho. Que dizer então da torcida brasileira? Na verdade, presencia-se um novo fenômeno no futebol brasileiro: O cidadão brasileiro não vibra mais com a Seleção penta-campeã do mundo. Não que o brasileiro perdeu seu amor e identificação cultural com o futebol. Longe disso. Mas é que com tantos escândalos envolvendo a administração da CBF por Ricardo Teixeira , com o fraco futebol dos comandados de Mano Menezes, com os desempenhos pífios nas últimas partidas e ainda a queda do Brasil para 7º lgar no ranking FIFA, tudo isso fez o torcedor trocar um jogo verde-amarelo pelo futebol europeu, por exemplo, como vemos com o crescimento do interesse brasileiro pelos campeonatos do velho continente.

O que esperar de 2014? A Argentina e o Uruguai, pra exemplificar, iniciaram sua caminhada pelas eliminatórias. Ambas não decepcionaram no início das eliminatórias e tiveram boas vitórias. O Brasil, que não participa de tais eliminatórias por já estar classificado como país-sede, segue com desmpenho fraco nos amistosos. Vitórias para seleções pouco expressivas, derrotas para seleções de primeiro escalão. A vitória contra a dublê da Argentina no Superclássico das Américas não conta...

Toda essa reflexão feita acima, veio na cabeça do torcedor após essa vitória por 1 a 0. Foi um desaforo para o cidadão. A política de "pão e circo" governamental, que vem desde a ditadura, não está dando certo. O "circo" que seria o nosso futebol pentacampeão, não nos diverte mais. Infelizmente, o "pão" também não chega à 100% dos nativos de nosso país.

Deixemos um espaço mínimo para falar da partida. Não há necessidade de muitos parágrafos para descrever um jogo de apenas um gol e sem muita emoção. O que mais teve no jogo? Violência e faltas... Neymar e Ronaldinho Gaúcho não foram poupados pelos jogadores locais. E tentaram revidar com agressões - Neymar levou cartão amarelo. Lances perigosos no jogo não faltaram. Quem esperava ver uma partida de futebol, acabou achando algo mais parecido com UFC.

Dois jogadores brasileiros saíram por lesão, entretanto, sem ter relação com a violência do jogo. O goleiro Julio César e o lateral Fábio. Assim, muito provavelmente tais jogadores estarão fora da partida com o México, na próxima terça-feira.

Vamos ao gol. Foi dele - Neymar. O gol que ajudou a não piorar a vida de Mano Menezes. Gol simples, diga-se de passagem. A estrela santista apenas completou cruzamento de Daniel Alves, que entrou no lugar de Fábio após a lesão. Pois é. O placar "vitorioso" não é mais que mera enganação. Quem não conhece o histórico do confronto, descrito no primeiro parágrafo, até pode achar que 1 a 0 é placar de vitória. Mas hoje em dia, são pouquíssimos os brasileiros que não ficam indignados com tal situação.



FICHA TÉCNICA:

Costa Rica - Navas; Mora, Umaña, Miller e Díaz; Azofeifa, Barrantes (Cubero), Bolaños (Hernandez) e Oviedo (Madrigal); Parks (Campbell) e Saborío. Técnico - Jorge Luis Pinto.
Brasil - Julio Cesar (Jefferson); Fábio (Daniel Alves), David Luiz, Thiago Silva e Adriano; Ralf, Luiz Gustavo (Hernanes) e Lucas (Oscar); Neymar (Hulk), Ronaldinho e Fred (Jonas). Técnico - Mano Menezes.
Gol - Neymar, aos 14 minutos do segundo tempo.
Árbitro - Walter López (Guatemala).
Cartões amarelos - Saborío, Azofeifa, Oscar, Daniel Alves e Neymar.
Cartão vermelho - Mora.

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